Como a preguiça, a ciência e um cobertor me fizeram um santo moderno
Eu sempre soube. Enquanto o mundo girava desesperado em torno de metas, planilhas e cafés caros demais para justificar a insônia, eu — sim, eu! — estava à frente do meu tempo. Minha mãe chamava de "vagabundagem aguda". Meu chefe, de "falta de ambição". Mas hoje, a ciência escancarou finalmente a verdade: eu não era preguiçoso, era um iluminado.
Tudo começou numa manhã de quarta-feira, quando acordei com o sol batendo na minha cara e um único pensamento: "Hoje não." Não era rebeldia, era intuição cósmica. Enrolei-me no cobertor como um burrito da transcendência e deixei o mundo lá fora se virar sem mim. Enquanto isso, meu corpo alcançava o que os monges levam décadas para conseguir: o êxtase da inércia.
A DESCOBERTA QUE MUDOU MINHA VIDA (E MEU HISTÓRICO NA ACADEMIA)
Foi no meu décimo-quinto "só mais cinco minutinhos" que a epifania chegou. Uma notícia brilhava no meu celular (que eu, claro, não tinha energia para pegar):
"Preguiça extrema é meditação avançada, dizem cientistas."
Lágrimas escorreram pelo meu rosto — ou era suor, já que fazia três dias que eu não virava o travesseiro. Eu não era um fracassado. Era um guru acidental.
Os pesquisadores explicavam:
Dormir até o meio-dia = "alinhamento dos chacras com o ritmo solar".
Rolar no sofá sem objetivo = "movimento sagrado de libertação da matéria".
Ignorar mensagens importantes = "exercício de desapego emocional".
Até meu hábito de comer cereal direto da caixa ganhou status filosófico: "ritual de comunhão com os carboidratos cósmicos".
O MUNDO REAGE (OU NÃO REAGE, PORQUE TAMBÉM ESTÁ COM PREGUIÇA)
Claro, os "produtivos" duvidaram. Meu vizinho de baixo, que vive batendo na parede quando meu alarme toca pela 12ª vez, gritou: "Isso é desculpa pra folgado!"
Mas eu ri por último. Enquanto ele se arrastava para o trabalho, eu estava em estado contemplativo, observando o mofo do meu teto e descobrindo formas abstratas que me conectavam com o universo. ("Aquele ali parece o Elon Musk se fosse uma batata.")
Até meu chefe, um homem que acredita que "descansar é morrer um pouco", me mandou uma mensagem: "Precisamos repensar seu 'home office'... Você está muito à frente."
O FUTURO DA HUMANIDADE (SE A GENTE TIVER ÂNIMO DE CHEGAR LÁ)
Agora, cientistas estudam os próximos passos:
"Netflix & Nirvana": quantas temporadas de The Office são necessárias para alcançar a iluminação?
"A Teoria do Edredom": como o acúmulo de cobertores no inverno afeta a elevação espiritual?
Enquanto isso, eu me preparo para meu TEDx Talk: "Como Não Fazer Nada e Ainda Assim Salvar o Mundo". (Se eu conseguir levantar até lá.)
"AOS MESTRES DO DESAPEGO DIGITAL"
E assim, caros leitores, encerro minha jornada de hoje com a mais pura sabedoria do ócio:
"Aos que sabem que a verdadeira paz interior é esquecer onde deixou o celular e, em vez de surtar, aproveitar para tirar um cochilo sem culpa. Aos que entendem que notificações não lidas são apenas pássaros digitais cantando para ouvidos seletivos. Aos heróis anônimos que, ao perderem o controle remoto, descobriram o controle da própria sanidade."
Que possamos todos alcançar esse estado superior de preguiça iluminada - onde o único "like" que importa é o do travesseiro acolchoado em seu rosto às 11h da manhã de uma terça-feira qualquer.
Tudo começou numa manhã de quarta-feira, quando acordei com o sol batendo na minha cara e um único pensamento: "Hoje não." Não era rebeldia, era intuição cósmica. Enrolei-me no cobertor como um burrito da transcendência e deixei o mundo lá fora se virar sem mim. Enquanto isso, meu corpo alcançava o que os monges levam décadas para conseguir: o êxtase da inércia.
A DESCOBERTA QUE MUDOU MINHA VIDA (E MEU HISTÓRICO NA ACADEMIA)
Foi no meu décimo-quinto "só mais cinco minutinhos" que a epifania chegou. Uma notícia brilhava no meu celular (que eu, claro, não tinha energia para pegar):
"Preguiça extrema é meditação avançada, dizem cientistas."
Lágrimas escorreram pelo meu rosto — ou era suor, já que fazia três dias que eu não virava o travesseiro. Eu não era um fracassado. Era um guru acidental.
Os pesquisadores explicavam:
Dormir até o meio-dia = "alinhamento dos chacras com o ritmo solar".
Rolar no sofá sem objetivo = "movimento sagrado de libertação da matéria".
Ignorar mensagens importantes = "exercício de desapego emocional".
Até meu hábito de comer cereal direto da caixa ganhou status filosófico: "ritual de comunhão com os carboidratos cósmicos".
O MUNDO REAGE (OU NÃO REAGE, PORQUE TAMBÉM ESTÁ COM PREGUIÇA)
Claro, os "produtivos" duvidaram. Meu vizinho de baixo, que vive batendo na parede quando meu alarme toca pela 12ª vez, gritou: "Isso é desculpa pra folgado!"
Mas eu ri por último. Enquanto ele se arrastava para o trabalho, eu estava em estado contemplativo, observando o mofo do meu teto e descobrindo formas abstratas que me conectavam com o universo. ("Aquele ali parece o Elon Musk se fosse uma batata.")
Até meu chefe, um homem que acredita que "descansar é morrer um pouco", me mandou uma mensagem: "Precisamos repensar seu 'home office'... Você está muito à frente."
O FUTURO DA HUMANIDADE (SE A GENTE TIVER ÂNIMO DE CHEGAR LÁ)
Agora, cientistas estudam os próximos passos:
"Netflix & Nirvana": quantas temporadas de The Office são necessárias para alcançar a iluminação?
"A Teoria do Edredom": como o acúmulo de cobertores no inverno afeta a elevação espiritual?
Enquanto isso, eu me preparo para meu TEDx Talk: "Como Não Fazer Nada e Ainda Assim Salvar o Mundo". (Se eu conseguir levantar até lá.)
"AOS MESTRES DO DESAPEGO DIGITAL"
E assim, caros leitores, encerro minha jornada de hoje com a mais pura sabedoria do ócio:
"Aos que sabem que a verdadeira paz interior é esquecer onde deixou o celular e, em vez de surtar, aproveitar para tirar um cochilo sem culpa. Aos que entendem que notificações não lidas são apenas pássaros digitais cantando para ouvidos seletivos. Aos heróis anônimos que, ao perderem o controle remoto, descobriram o controle da própria sanidade."
Que possamos todos alcançar esse estado superior de preguiça iluminada - onde o único "like" que importa é o do travesseiro acolchoado em seu rosto às 11h da manhã de uma terça-feira qualquer.
Por Lyu Somah