A presença que invadiu meu coração e lhe ensinou o compasso da liberdade
Antes dela, minha vida era um quebra-cabeça de silêncios. Os dias eram longos entre rotinas e um coração que parecia ter esquecido seu próprio ritmo. Mas, em uma tarde qualquer, ela apareceu — não com estrondo, mas com a suavidade de quem chega para ficar.
Lembro-me daquele dia como se fosse ontem. Meu coração estava trancado em camadas de medo e desconfiança, e a vida parecia uma paisagem desbotada. Até que ela apareceu. Não veio com gestos grandiosos ou palavras bombásticas — chegou com um sorriso discreto e um olhar que parecia atravessar minhas muralhas. Era apenas presença, mas uma presença que silenciosamente começou a desfazer meus nós.
Aos poucos, senti o peso que carregava nas costas afrouxar. Sem perceber, respirava fundo pela primeira vez, e o peito já não era uma gaiola. Ela não trouxe respostas prontas, mas me mostrou como viver as perguntas. E assim, meu coração não só voltou a bater — aprendeu um novo ritmo: o compasso da liberdade.
Agora, olho para trás e entendo: o mundo não mudou, mas meus olhos, sim. As cores ficaram mais vibrantes, o ar mais leve, e o coração — antes aprisionado — agora lateja com uma liberdade que eu nem sabia existir.
É curioso como uma pessoa pode chegar assim: de repente, sem alarde, e nos ensinar que a vida não é sobre trancar portas, mas sobre deixar entrar a luz… e dançar ao som do próprio compasso.
Para quem um dia chegou sem avisar… e ficou
Por Lyu Somah
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